segunda-feira, 31 de outubro de 2011

A alguns quarteirões da minha casa

Tem duas semanas da mudança. E, de repente, aquelas pequenas coisas que ela dizia começaram a fazer sentido. Não tenho uma lembrança nítida de quando me dei conta da importância de uma mãe e nem do significado dela na vida de alguém. Só sei que já era filha antes mesmo de nascer, a filha que ela sonhava. Uma gravidez complicada, um parto de risco e mesmo sem me dar conta nasci cercada de todo o amor, o amor da minha mãe. Sem querer menosprezar o sentimento de ninguém, mas se existisse só uma pessoa no mundo capaz de me amar e essa pessoa fosse ela, ainda assim, eu seria uma pessoa extremamente amada. Parece simples de resolver, mas morar a vida toda com uma pessoa - a mais importante - e ter que se separar não é facil. Meu espelho não está mais lá. Ela conseguia/consegue enxergar tão fundo em mim que causa espanto. A perna balançando nos momentos de ansiedade, o olhar triste quando alguma coisa não vai bem, a vontade de ficar só quando o dia foi ruim. Chegar em casa a noite e não vê - la me esperando dá uma vontade de voltar... E aquelas palavras ditas num momento ou outro de discussão começam a ecoar pelo cantos da casa: você vai sentir falta até mesmo das brigas, quando eu não estiver mais aqui. E eu sinto. Sinto falta e sinto uma felicidade imensa em saber que a alguns quarteirões da minha casa ela está feliz. Morar junto ou não, não vai mudar nosso elo e nem a minha idéia de que a representação mais próxima do amor de Deus na Terra já nasceu com nome e sobrenome: a minha mãe, a sua mãe, as nossas mães. Valorizem esse amor!

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