sábado, 20 de novembro de 2010



A primeira vez que ela o viu, de cara sentiu alguma. Não sabia ao certo o que era, mas algo estava reservado para eles. A princípio, o achou playboy demais, não se imaginava com um cara daqueles. Ainda bem que a primeira impressão não é a que fica... Sempre muito sério, ela o via passar e tentava imaginar porque alguém tão jovem como ele estava sempre correndo. Tempos depois iria descobrir o quanto a vida dele era agitada. E foi assim que ele entrou na vida dela, bagunçando tudo, balançando as estruturas. Ele veio pra quebrar toda aquela monotonia e normalidade que ela julgava importante. Um atraso dos dois, uma conversa e ela já sabia de metade da vida dele. Ele era super engraçado. Ficaram amigos. Passaram-se alguns meses e ela já não suportava ficar um dia sequer sem falar com ele, sem vê-lo. Você está apaixonada! diziam suas amigas. E ela, com a sua péssima mania de não admitir as coisas, negava, claro. Tava tão cega que não enxergava o que ele também tava sentindo. Preferia acreditar que era só amizade pra não ter que mergulhar de cabeça naquele mundo tão diferente do dela. Mas foi inevitável. E ela estava disposta a dar tudo de si pra que desse certo. Estava totalmente apaixonada. Até as segundas-feiras já não eram tão ruins assim. Ele gostava de sair nas segundas-feiras, aliás, ele gostava de tudo que não fosse convencional. Como é possível gostar tanto de alguém em tão pouco tempo? perguntava ela. E ele não tinha essa resposta porque se fazia a mesma pergunta. Viveram momentos incríveis juntos. O beijo lhe causava arrepios, tinha sido o melhor de toda a sua vida. O cheiro dele já tava impregnado na sua pele. E o abraço... o abraço dava a certeza de que tudo ia ficar bem. E ficou. Tiveram que se afastar. Tinham pendências pra resolver, amores pra curar, planos pro futuro mas que ainda exigiam muito no presente. E foram meses tortuosos longe dele, ninguém conseguia substituir aquela presença. Tiveram as suas recaídas, mas ela tinha absoluta certeza que não queria ser só mais uma. E ele também não queria que ela fosse. Hoje eles já conseguem conversar sem ter aquela sensação estranha de que algo ficou pendente. Não se encontram mais, medo de sentir tudo aquilo denovo... Ela que sempre foi muito prática e dependente, descobriu que era possível amar sem presença física. E é assim que ela o ama, mesmo sem vê-lo, sem saber ao certo como está a vida dele, com quem ele anda, o que tem feito, ela o ama. E quando bate a saudade ela liga o teletransporte e vai pra perto dele. Brincam, dão risadas, se olham pronfudamente, se tocam pra ver se é real mesmo. Mas não é, é só um sonho. Um conto de fadas moderno, que eles escreveram. E  ela não troca esse enredo por nada.

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