quinta-feira, 31 de março de 2011

A paz que é só minha

Lembro da minha urgência, da vontade de que ele passassse logo. Quando tinha dez anos, queria ter quinze. Aos quinze, já queria ter dezoito. E aos vinte e três, eu só quero a calmaria... O tempo e suas artimanhas! Tão traiçoeiro, tão imprevisível. Mania tola de achar que temos o controle sobre ele.
Como às sábias palavras de uma mãe, ele me fez calar. E aprendi a viver um dia de cada vez. A aproveitar o aconchego do lar, àquela noite bem durmida, às horas de sossego... Na pressa de que as coisas acontecessem a meu modo ele me fez parar. Parei no tempo (...) Olhar para si mesmo sem as máscaras que usamos para as pessoas - e para nós mesmos - não é uma tarefa fácil. Chega até a ser doloroso assumir suas próprias fragilidades e aceitar o que não se pode mudar, talvez por isso adiamos tanto esse momento. Quando esse encontro pessoal acontece, o tempo age de forma esplendorosa. É aí que percebemos a importância de deixar com que ele aja conforme a sua vontade. Como nos ditados populares: "o tempo é o senhor da razão", "dê tempo ao tempo". Pergunte - me se foi bom? Foi uma das melhores coisas que já me aconteceu!
Eu parei. E como um ombro amigo, sempre que preciso de um tempo para mim ele vem e trás a calmaria que eu busco e preciso. O que eu aprendi com o tempo? Aprendi a cultivar aquela paz que é só minha, a paz que eu encontrei dentro de mim.


"E então percebi, que a paz que eu não tinha
Estava aqui dentro
E eu perdido num castelo de ilusões
Em sã consciência eu volto pra casa
Pois hoje eu vivo." 


(Guilherme Sá)

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